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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Rossicléa: sucesso na TV e por onde passa

Rossicléa: sucesso na TV e por onde passa

Valéria Vitoriano relembra o começo da carreira, e diz que tem muito em comum com Rossicléa. Confira a história da personagem.
Foto Arquivo Pessoal 

O Ceará  é conhecido por suas lindas praias e povo acolhedor, terra famosa pela alegria de sua gente. Popular berço de mestres do humor como, Chico Anysio, Tom Cavalcante, e Renato Aragão, é aqui que vive uma das líderes da trupe de humoristas tops de Fortaleza, Valéria Vitoriano, mais conhecida como Rossicléa, e é com ela a entrevista de hoje.
Nascida em fortaleza, no dia 29 de julho de 1970, Valéria conta um pouco da sua historia e relembra sua infância feliz de quando morou em frente ao canal do bairro Jardim América. Filha única, estudou na década de oitenta em colégio religioso, ‘brincava muito sozinha e via muita TV’, comenta.

O jeito irreverente da consagrada humorista, com inusitadas perguntas engraçadas durante a interação com o público em seus shows, atrai cada vez mais fãs para a personagem de Valéria Vitoriano, a famosa Rossicléa. Participações em programas de TV, como Show do Tom, Domingão do Faustão, Programa do Ratinho, entre outros, fazem parte de sua trajetória de sucesso. Rio de Janeiro, São Paulo, São Luís, Teresina e Salvador, são algumas das cidades por onde a dama do humor já se apresentou.  Atualmente, Rossicléa se apresenta exclusivamente na Lupus Bier, casa de shows de humor com espetáculos nas noites de terças, sextas e sábados. A casa tem entrada com preço fixo, que dá direito a Buffet de massas, pizzas e comida regional, e fica localizado na Praia de Iracema próximo a Ponte dos Ingleses, ponto turístico de Fortaleza. Seus shows retratam situações engraçadas o que torna cada espetáculo singular, e faz com que seus fãs retornem à casa.
Foto Arquivo Pessoal 

Cultura Franca: Como a Rossicléa surgiu na sua vida, de onde veio sua inspiração?
VALÉRIA VITORIANO: Eu tinha 17 anos. Estava acabando o segundo grau, mas a personagem já havia nascido no comecinho da adolescência, nas festas de família, onde eu preferia ficar na cozinha da casa da minha avó e conversar com as “figuras” que ali trabalhavam, estudando seus trejeitos e registrando histórias maravilhosas do Interior do Ceará. Daí até lapidar e construir todo o universo da própria personagem foi um pulo, inclusive porque usei por muito tempo os programas da rádio AM e as ligações ao Disque Amizade (145) como “laboratório”. Levava as fitas k-7 com as gravações das ligações para o colégio que eu estudava (Imaculada Conceição) e junto de minhas colegas ríamos muito de quanta veracidade passava a Rossicléa para os incautos ouvintes e radialistas.

CF: E suas apresentações profissionais como começaram a surgir? Onde foi sua estreia?
VV: O começo mesmo, “valendo”, foi dia 14 de agosto de 1988. Já se foram mais de 25 anos da primeira apresentação em público. Era um final de tarde de um domingo onde minha prima Karla Karenina (personagem humorista Meirinha) e eu desenvolvemos uma ação junto com outros artistas militantes do Partido Verde, para a candidatura de Mário Mamede. Estreei em um tablado na Praia de Iracema. A partir daí, a dupla Rossicléa & Meirinha (que durou pouco mais de um ano) começou a receber convites para se apresentar em C.A.s, D.C.E.s, restaurantes, etc. Em seguida o Júlio Trindade lançou o Festival Brega do Pirata e tiramos o segundo lugar.
CF: Você usa alguma técnica? Qual o segredo da profissão?
VV: As minhas vivências com os shows foram me mostrando o caminho, me dando uma certa forma de fazer humor. Mas, não chamo de técnica. É uma experiência completamente pessoal, pitadas de insights e desafio diante das situações. Adoro improvisar, e não sou o tipo de pessoa que desiste de algo só porque é mais difícil. Texto para mim é imprescindível, a gente tem que se situar em cena, mas criar é maravilhoso, e o público quando vê o improviso delira!
 CF Como é o seu envolvimento com a personagem? O que tem em comum?
VV: Não desvinculo a ‘pessoa física’ da ‘pessoa jurídica’ nunca.  Às vezes, a Valéria passa por situações e pensa como a Rossicléa eagiria. Temos muito em comum
 CF: Você costuma e gosta de ser reconhecida na rua sem está caracterizada de Rossicléa?
VV: Às vezes, sou reconhecida sim. Outras quando calada, passo batido. Mas não me escondo não; vivo normalmente, sou mãe, empresária, artista, dona-de-casa e faço tudo isso com muita paixão. É sempre muito bom o carinho do público. Fico feliz quando se mostram íntimos, é quando a gente vê o quanto a personagem faz bem.
 CF: Como sua família encara sua profissão hoje? E no inicio como foi para eles? Quem te apoiou?
VV: Tenho dois filhos, sempre souberam que a mãe era artista. Eu saía para trabalhar e dizia: “Vou pegar o dinheiro pro seu leite e volto já.” Adoram e me apoiam. No início meus pais pensavam que era algo passageiro, brincadeira, mas quando viram que a coisa deu certo...
CF: Você trabalha em outra área?
VV: Não, vivo do humor desde o começo. Mas também já vi muita gente que sempre teve algo paralelo (emprego, faculdade) para poder se manter. Eu comecei fazendo humor em um ano em que não consegui passar para faculdade de Comunicação Social. E deu certo. Depois voltei a tentar o vestibular, passei, fiz um semestre, mas já não dava para conciliar com os shows da noite e as muitas viagens, ou seja, se eu não fosse humorista seria jornalista. Mas desde 1988 tenho uma empresa de shows e vivo do humor.
CF: O que há de melhor e pior em ser humorista? Conte-me uma situação engraçada ou uma constrangedora.
VV: O melhor e o pior caminham juntos. Já ouvi gente falando da Rossicléa do meu lado sem saber que ela sou eu... Como também já vi gente falando muito mal de colegas e fiquei muito constrangida. Respeito, carinho e solidariedade se encontram em todo lugar, assim como gente mal educada. Resta saber qual vai ser sua resposta diante dela.
CF: Como é sua rotina diária? Quais são os investimentos para manter uma humorista tão célebre como aRossicléa?
VV: O artista não tem rotina. É um dia aqui, outro viajando, não tem hora nem dia para descansar. Considero-me uma operária do humor! A maioria das vezes viro a noite e durmo pela manhã. Sou somente uma mulher que sobe num palco e faz rir
CF: Defina-se como profissional do humor.
VV: Acho que o profissional do humor é alguém que geralmente é conhecido,  é querido, está superexposto, ou tem “reconhecimento” da sua arte na família, grupo, cidade ou país, ou simplesmente consegue viver bem financeiramente com o que faz. Mas tudo isso naturalmente. Não significa que estão todas essas coisas num pacote só (ou durante o mesmo período). Muita gente sobe num palco porque enxerga o cifrão, o novo “nicho” no mercado e porque se considera ‘o engraçado’ na roda de amigos. Faz para “ser famoso e ganhar dinheiro”. Geralmente se frustra, pois quis fazer de profissão algo que não é vocação. Comigo foi diferente: eu sabia que era isso que queria fazer na minha vida e nunca tive medo que não fosse dar certo, eu simplesmente fiz.
CF: Como você vê a receptividade do público quando a Rossicléa sobe ao palco? Ainda bate o nervosismo?
VV: Claro, sempre! O frio na barriga sempre bate. Mas sinto a Rossicléa muito querida pelo povo e fico muito feliz com isso.
CF: Quais os próximos projetos? Algum sonho especial?
VV: Muitos projetos e, como são projetos, não posso contar ainda! hahahahahaha...
CF: Deixe seu recadinho para os fãs da Rossicléa.
VV: Quero deixar meu beijo grande, meu agradecimento, desejar que sejam muito felizes e um conselho: sempre peçam a Deus para mostrar o caminho. A sua intuição com a ajuda de Deus é o que nos faz andar para frente.
CF: Querida, foi uma honra entrevistar uma artista tão prestigiada por todos. Obrigado por ser esse ícone do humor de imensurável talento. Um grande beijo! Agradeço carinhosamente a sua atenção.
 VV: Eu que agradeço, Márcia. Beijos!
Foto Arquivo Pessoal

SERVIÇO:
 SHOW DE HUMOR COM ROSSICLÉA E CONVIDADES
Dias: Terças, Quintas e Sábados
Horário: A partir das 21 horas
Local: Lupus Bier. Rua dos Tabajaras, 340
Reservas no (85) 3219.2829

 Márcia Delmiro 
Jornalismo FAC 

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